Sega Saturn
CAProduction
Hudson Soft
1997
Um milagre poligonal e Rock N' Roll pros 32 bits da Sega.
Bulk Slash, é um game de Ação de Mechas com mistura de Run N’ Gun e Shoot ‘em Up em 3D. Desenvolvido pela CAProduction e publicado pela Hudson Soft, foi lançado em 11 de Julho de 1997 exclusivamente no Japão para o Sega Saturn. E sim amigos, vocês não estão bêbados, cegos ou loucos, eu escrevi jogo em 3D e Sega Saturn num roteiro, mas antes de falar do jogo em si, falarei das duas empresas mencionadas antes.
A CAProduction desenvolveu jogos absolutamente impressionantes como:- · Ginga Fukei Densetsu: Sapphire (PC
Engine Super CD-ROM²)
- · Kishin Douji Zenki: Battle Raiden
(Super Famicom)
- · Hagane: The Final Conflict (Super Nintendo)
· Bonk
· Star Soldier
· Adventure Island
· Bomberman
Aliás, Bomberman é a única franquia que tá de pé até hoje nas mãos da Konami.
Bem
amigos, vocês viram que as duas empresas não são brincadeira não né, e vocês
sabem que o Saturn tem um grande problema com jogos em polígonos. Será que
essas duas empresas foram capazes de contornar um grande tabu no Saturn? É o que vamos conferir na análise de Bulk Slash, a primeira análise do Blog.
ENREDO
O game
ocorre em um futuro em que a chefe militar Alois Gardona e os habitantes do
planeta Blau planejam um golpe de estado contra seus opressores que venceram
uma guerra galáctica, para trazer o poder de volta para suas casas com a ajuda
de uma coalizão planetária. O piloto de caça SDF Cress Dawnley é encarregado de
enfrentar Gardona e seu exército pra parar a guerra. O grande problema é que um
dos aliados de Gardona é Reezen Ravia, sua melhor amiga de infância, e que
jurou protegê-la a qualquer custo. Na verdade o enredo do game é mostrado
através de uma cutscene muito bem animada se o jogador deixar rolando a tela
título. Infelizmente o enredo foi tratado como um conceito apenas, infelizmente
mesmo, pois esse game nas mãos de um bom roteirista teria uma excelente
história digna até mesmo de filme, pois além de envolver muita ação iria
envolver muita questão política. Enfim, nada é perfeito nessa vida.
O JOGO
São 7 fases
ao todo, porém meio que pegaram inspirações em Mega Man 7 e Space Harrier II,
porque é possível escolher em qual fase queira ir, porém não são liberadas de
uma vez, conforme vai passando as fases disponíveis, o jogo vai
disponibilizando mais fases para escolher, meio que lembrando Mega Man 7 aonde
são disponibilizados 4 fases iniciais e depois que passar por elas são
disponibilizadas mais 4 fases, e em Space Harrier II aonde a última fase só é
disponibilizada se o jogador passar por todas as fases independente da ordem
que escolher. Aonde eu estava mesmo? Ah é! Bulk Slash!
Essa é a tela de seleção de fases, onde só vai liberando todas caso vai progredindo durante o game, lembrando bastante o esquema do Mega Man 7.
No canto
superior esquerdo aparece a navigator falando algo, seja quando acerta inimigos
ou toma dano ou então para falar alguma coisa relacionada a fase, no canto
superior direito tem mais ou menos a localização dos inimigos, eu digo mais ou
menos pois os inimigos só aparecem no mapa, em forma de bolinhas, quando estão
se aproximando, isso vale também para os objetivos da fase, que a propósito
cada cor diferente no mapa indica uma coisa diferente, e essas cores
significam:
- · Vermelho (inimigos que morrem
permanentemente)
- · Amarelo (inimigos que respaunam)
- · Branco (projéteis)
- · Azul (objetivo da fase)
- · Rosa (navigators)
Duas fases onde a ação é frenética e onde o mapa fica bem poluído.
No canto
inferior esquerdo tem a barra de carregamento, essa barra quando cheia o Mecha
solta uma bomba quando estiver na forma robótica terrestre, quando estiver na
parte de nave o Mecha solta mísseis perseguidores quando o alvo estiver focado
nos inimigos, a barra vai enchendo sempre e é automático; em cima da barra de
carregamento pode aparecer uma outra barra, a de munição das armas especiais
para o Mecha na forma terrestre, as três armas especiais são:
· Letra F = Fire: atira fogo de maneira
contínua
· Letra B = Bezier: tiro verde que
persegue e vai diretamente em algum inimigo que o jogador está direcionado ou
não tão direcionado, é um tiro perseguidor.
· Letra N = Napalm: vários tiros azuis
abrangentes que são bem fortes e rápidos.
Esses tiros especiais são encontrados em caixas espalhadas
pelas fases com a letra W, mas não são todas as caixas. Ainda no canto inferior
esquerdo, embaixo das duas barras tem o life, onde o jogador vai perdendo life
da direita pra esquerda, para recuperar o life é necessário achar o item Charge
que é dropado de certos inimigos nas fases, porém só recupera um pouco de life.
Arma F (Fire)
Arma B (Bezier)
Arma N (Napalm)
Item Charge: pode vir de duas formas: S ou SS
No canto inferior direito há uma espécie de barra em forma de
S, esse negócio é a velocidade do Mecha quando ele tá em forma de nave, o
jogador pode aumentar ou diminuir a velocidade da nave, isso me lembra Thunder
Force 3, as velocidades da nave são: 25%, 50%, 75% e 99%. POR QUE DIABOS NÃO
COLOCARAM LOGO 100%? AAAAHHHH DESENVOLVEDORES...! Embaixo da barra de
velocidade tem o cronômetro. SIM! Cronômetro! Todas as fases com exceção da
terceira, o jogo disponibiliza 10 minutos pro jogador completar a missão, se
zerar o cronômetro é missão falha e ainda o jogador morre, que castigo hein.
No meio inferior da tela tem a pontuação, mas que
sinceramente não serve pra nada, ah não ser que o cidadão goste muito de
pontuar. E no meio superior da tela, pode aparecer uma barra enorme: que pode
ser o life dos chefões e o life de algum objetivo da fase que o jogador tenha
que proteger, como por exemplo na terceira fase a nave que o jogador tem que
proteger do ataque inimigo tem essa barra de life. O game tem um fator replay
muito grande, isso porque todas as fases tem alguma navigator para encontrar,
caso o jogador encontre-as, tem a escolha de trocar a navigator ou manter a
mesma, porém a sétima e última fase a navigator está selada por uma porta, e
esta porta só pode ser aberta caso o jogador zere o game com todas as
navigators, ou seja meus amigos, vai ter que zerar o game seis vezes e jogar
uma sétima vez para poder destravar a última navigator, e se me perguntarem se
vale a pena, meus amigos, a última navigator é muito apelativa, quebra o jogo
já que ela carrega os tiros em quase dois segundos, e os tiros especiais são infinitos, então zerem o game sete
vezes, até mais, vale a pena, o game é muito bom. Acho que com isso cubro a
parte do jogo em si.
GRÁFICOS
ÁUDIO
Aaaaahhhhh o áudio... QUE DELÍCIA CARA! Sério! Tudo no áudio
é sinfonia para os ouvidos. Mas vamos tesourar o áudio, ou seja, vamos por
partes. As músicas... O que dizer das músicas, galera? Foi uma das melhores
coisas que ouvi na vida. Infelizmente não consegui encontrar exatamente o
responsável pelas músicas, na internet é tido que quem fez foi Tsuyoshi Sato,
porém a OST que baixei e muitos sites na internet é tido que o nome do
compositor é Takeshi Sato, e pode ser
que seja realmente de Takeshi, pois ele tem uma vasta lista de games que
trabalhou, alguns games que ele trabalhou são:
· An American Tail: Fievel Goes (Super
Nintendo)
· SWAT Kats: The Radical Squadron
(Super Nintendo)
· Dragon Ball Z: Budokai 2 (Game
Cube/PlayStation 2)
· Sakura Wars: So Long, My Love
(Nintendo Wii)
· Yoshi’s Island DS (Nintendo DS)
· Bomberman Story DS (Nintendo DS)
E mais muitos outros jogos, se baseando em que foi ele mesmo que fez as músicas de Bulk Slash, aqui ele fez um trabalho impecável, pois todas as músicas são simplesmente sensacionais e que combinam com a atmosfera caótica do game. Eu diria que boa parte das músicas foram baseadas no Metal Neo-Clássico, de bandas e músicos como Yngwie Malmsteen, Cacophony e Vinnie Moore, e algumas das músicas foram baseadas no New Wave dos anos 80, de bandas como Duran Duran, A Flock Of Seagulls e Tears For Fears, sendo que em todas as músicas o teclado é muito presente. E o mais incrível é que em todas as fases, não há só uma música, podem existir até três músicas, a da fase, de quando está faltando pouco para completar o objetivo da missão e o do chefão, na última fase, o último chefão tem sua própria música, dando realmente aquele ar de chefão com grande importância. Se as músicas são foderosas até o talo, os efeitos sonoros são gostosos demais, ai que delícia! Tudo é muito agradável, os tiros, o Mecha se transformando na nave, o som de quando se toma dano, o som da nave aumentando a velocidade, as explosões, até a espada do nosso Mecha não foi omitido cara! Poah, são pequenos detalhes que fazem um game ser diferenciado dos outros games nos quesitos técnicos. No geral, o áudio é uma delícia cara!
Clique aqui para ver e ouvir a trilha sonora do game.
JOGABILIDADE
Os controles apesar de serem muito bons e bem responsivos, podem
causar bastante estranheza nos jogadores logo de cara, requerendo um tempo para
poder pegar o jeito, me lembrando o mesmo caso de Ranger X, onde os controles
eram bem diferentes do convencional. A jogabilidade é dividida em duas formas:
a forma normal do Mecha e a forma de nave do Mecha. Na forma normal: botão B =
atira, botão C = pula, e botão A = transforma o Mecha na nave. Na forma de
nave: botão B= atira, botão C = muda a velocidade da nave, e botão A = é a
transformação de nave pra Mecha. Nas duas formas, os botões X, Y e Z fazem
aparecer no mapa a localização dos Targets, que são os alvos da missão, e os
botões L e R giram a câmera para a esquerda ou direita, isso porque nos
direcionais, para cima e baixo fazem o Mecha andar para frente ou para trás, e
nos direcionais esquerdo e direito fazem o Mecha se movimentar apenas para
esquerda ou direita, o L e R são importantes para fazer o Mecha virar para
algum lado. Isso tudo também vale para a forma de nave. Eu falando tudo isso,
pode causar um certo desespero para quem nunca jogou, mas fiquem tranquilos,
mesmo sendo um pouco complexo, os controles são tão bons que tenho certeza que
os jogadores se acostumarão rapidamente.
DIFICULDADE
Chegou talvez a parte em que eu tive uma severa
dificuldade para escrever, vou cobrir a dificuldade desse manolo aqui.
Vocês sabem aquele ditado? “Rapadura é doce mas não é mole não”, pois é, esse
ditado resume o game, ele não é um jogo que vai jogar pra você, mas também ele
não é punitivo. O jogo tem continues infinitos, as fases tem um bom level
design, tanto na parte terrestre quanto na parte aérea, e os chefes são épicos,
aliando a excelentes designs gráficos e uma ótima música, os chefes dão aquele
clima épico de batalha, e alguns podem dar bastante trabalho, mas nada de
arrancar os cabelos, as fases tem um excelente balanceamento entre level design
e dificuldade. Seria uma maravilha se os desenvolvedores não tacassem o foda-se
para balanceamento em duas específicas fases: a terceira fase e a sétima fase.
Meu Deus! Essas fases fazem qualquer monge perder a paciência. Um iniciante
nesse game vai dar muito rage quit, pois são duas fases muito lazarentas em que
não ajudam em nada o jogador, e sabem o que é pior? Em qualquer fase do game,
se caso o jogador morrer, INDEPENDENTE DA PARTE DA FASE, volta TODA A FASE!
EXATAMENTE AMIGUINHOS, VOCÊS VOLTAM A FASE TUDO DE NOVO! Faltou uma gotinha pra
matar o chefão? FODA-SE, VOLTA TUDO! Não existe checkpoints, não não, volta
tudo SEU NOOB DE MERDA! Agora imaginem isso na terceira e sétima fase? Sendo
que a sétima fase, além da fase em si, tem uma porcaria de boss rush e só
depois vem o chefão final. Divertido né? NÃO! NÃO É DIVERTIDO! Se isso não é
masoquismo, então me expliquem o conceito de masoquismo. Porém amiguinhos,
depois de jogar umas 700 vezes, o jogo fica mais fácil, o jogador acaba até
mesmo descobrindo estratégias melhores de passar todas as fases, até mesmo a
terceira e sétima fase é possível deixa-las mais palatáveis, então, tem que
jogar bastante o game, mas até lá, se preparem para frustrações futuras. Mas o
game é bastante divertido e balanceado na dificuldade.
Essa é a terceira fase. Uma fase de escolta. E todo mundo gosta de fases de escolta, né? Como se já não bastasse isso, o jogador ainda tem que destruir milhões de inimigos e procurar a navigator dessa fase, tudo isso tendo que proteger uma nave que deve estar sendo dirigida pelo Barrichello com duas naves de segurança mais inúteis que freezer pra esquimó.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Senhoras e senhores, esse é Bulk Slash. Apesar
de dois grandes deslizes, não tem como negar, o jogo é um milagre de
programação no Saturn, a CAProduction fez um trabalho simplesmente exemplar em
tudo. O jogo é muito divertido, um ótimo fator replay, tem gráficos
exuberantes, áudio fantástico, jogabilidade que é bem gostosa, só deram uma
pequena cagada na dificuldade porém no resto o jogo é bem balanceado e nada
punitivo. Eu só digo uma coisa: JOGUEM! AH já jogou? Jogue novamente cara
pálida! Vale muitíssimo a pena gastar horas jogando essa preciosidade. E digo
mais, se esse jogo fosse lançado nos EUA, seria facilmente um dos clássicos do
console, mas graças a um merda filho da puta (né Bernie Stolar) o game ficou somente no Japão.
Espero que ele vire um clássico cult graças a emulação, pois Bulk Slash não
merece o limbo, e sim muito mais reconhecimento.
Fala, Weslley! É muito bom vê-lo produzindo conteúdo, independentemente de para qual plataforma!
ResponderExcluirGostei da publicação. Eu não conhecia esse jogo e, pelo que foi dito, parece bastante interessante. A dinâmica das mecânicas implementada com tamanha liberdade é um grande atrativo, parece fazer da jornada algo instigante e nada monótono ou repetitivo.
E que belos gráficos, hein? Se as screenshots já são exuberantes, em movimento deve agradar muito mais.
Mantenha o tom descontraído, é o que dá personalidade ao seu material.
Ps.: Fiquei curioso a respeito do Ginga Fukei Densetsu: Sapphire. Alguma possibilidade de o game pintar por aqui?
No mais, acompanharei seu BLOG, sem dúvidas! Talvez eu até migre para cá também, uma vez que a rede social (aquela!) já morreu, nós só estamos lá para acompanhar o velório (risos).
Obrigado por trazer à tona mais uma pérola perdida dos games. Abraço, Weslley!
Eae Cannibale! Blz?! Posso ter parado com o YouTube, mas parar de produzir conteúdo, jamais! Pelo menos aqui tô me sentindo mais a vontade.
ExcluirQuanto ao jogo, ele é bem variado, e o melhor, é que pode explorar as fases das duas maneiras: tanto como Mecha quanto como nave. Nos aspectos técnicos o jogo é impecável, explorando o hardware do Saturn ao limite.
Sobre o Ginga Fukei Densetsu: Sapphire, o Marcos Xavier o mencionou no Retro Top de 5 Shmups do PC Engine, mas pode ser que pinte por aqui, isso se eu conseguir zerar, coisa que sou terrível em Shmups.
Valeu Cannibale por prestigiar o Blog.
Show de bola, infelizmente esse jogo não foi lançado pra esses lados mas sempre achei ele muito !
ResponderExcluirSem falar que agora descobri como pegar a 7° personagem...kkkk achei que na última fase não tinha, pq procurava e terminava o jogo de tudo qto é forma vlw !
Olá mnakaya! Foi mais ou menos essa época que nenhum jogo de Saturn saía do Japão, graças a um retardado mental chamado Bernie Stolar que proibiu jogos japoneses serem lançados nos EUA, ele virou CEO da Sega nos EUA.
ExcluirQuanto a 7ª personagem, confesso que fiquei sem saber também como achá-la, só fui descobrir graças a um detonado que era necessário o game seis vezes com seis navigators diferentes.
Uma pena mesmo esse grande jogo ter sido exclusivo japonês.
Valeu mnakaya por prestigiar o Blog.