Android Assault: The Revenge of Bari-Arm é um game de Shoot ‘em Up em 2D com rolagem horizontal. Foi lançado em Julho de 1993 no Japão e Outubro de 1994 nos Estados Unidos exclusivo para o Sega CD (Mega CD no Japão), no Japão o game é conhecido apenas como Bari-Arm. O game foi desenvolvido pela Human Entertainment e pela Big Fun Games e publicado pela Human Entertainment no Japão e pela Sega nos Estados Unidos.
O game por incrível que pareça pegou inspirações de duas franquias renomadas no gênero, que são: R-Type e Thunder Force, e como se já não bastassem essas duas inspirações, o game lembra muito graficamente o Gate of Thunder do PC Engine Super CD-ROM. Se me perguntarem se isso é ruim, eu irei responder no final desse review. Acho bem estranho o game ser exclusivo do Sega CD, ele poderia ter tido pelo menos um port para o Saturn ou então para o PlayStation, ele ser exclusivo para o Sega CD faz ele ser um game não tão conhecido pela galera. E apenas conheci esse game graças ao meu amigo Sergio Grecco do canal Papo de Ninja, vídeo dele no link aqui em azul. Agora, vamos para a matéria de hoje e descobrir mais uma pérola perdida do mundo retrogamer.Capa americana do game. É até bonitinha. O robô Bari-Arm é a única figura destacável, e é até bem feito. Mas a capa japonesa acho bem melhor.
Tela título do game. Vale salientar, que apesar do título do game estar apenas Bari-Arm, joguei a versão americana. Não sei porque, mas apesar da simplicidade, eu gosto dessa tela título. Pode ser o estilão dela, não sei explicar.
ENREDO
A humanidade avança nas viagens espaciais e na colonização. No ano de 2192, no entanto, os colonos próximos a Júpiter são atacados pela nação militar independente de Zias, estacionada no Olympus, colônia de Saturno. Zias usa um sistema de computador simbiótico e várias fábricas de mechas movidas por um dispositivo chamado GEO como sua principal força de ataque. Cientistas humanos estudam a tecnologia Zias, e com base no sistema Zias GEO, constroem um lutador espacial capaz de lutar contra os Zias, essa arma se chama Bari-Arm. Bari-Arm é uma nave espacial capaz de usar múltiplas armas e se transformar em um robô gigante. Bari-Arm deve destruir o sistema GEO antes que as máquinas de guerra Zias destruam quaisquer outras colônias. O enredo não é uma coisa hollywoodiana, nem uma história tão elaborada, mas para começar a ação desenfreada, é um bom conceito de enredo. Né não Papo de Ninja?!
Screenshots do enredo do game. Só pela cutscene e pela arte em si, já vale a pena conferir a cutscene. E o melhor de tudo, é que a cutscene vem antes da tela título. Ah Sergio Grecco, o jogo não tem história né? kkkkkkkkkkk
O JOGO
São 7 fases no game. E como um bom e velho shmup, a fase segue até chegar no chefão da fase, porém, algumas fases tem subchefes, e essas fases tem duas partes. Bom que pelo menos não tem porcaria de boss rush, e isso já me tranquiliza 200%. As informações do game ficam na parte superior da tela, e as informações do game são: na parte esquerda tem o score do game, onde se o jogador atingir uma certa quantidade de pontos ganha uma vida extra; abaixo fica a barra de charge, essa barra carrega automaticamente, basta o jogador não atirar que a barra começa a carregar, e os tiros carregados tem uma certa força dependendo de quanto a barra está carregada, no máximo o tiro sai overpower; na parte direita tem a quantidade de vidas, e abaixo tem o nível de velocidade de nave/robô. Perceberam o quão de R-Type e Thunder Force já tem aqui? A barra de charge de R-Type e poder alterar o nível de velocidade da nave de Thunder Force. Mas calma que tem mais. Já já eu chego em mais inspirações. Os itens do game são pouquíssimos, e só servem para melhorar os tiros ou então transformar a nave em robô. Os itens podem vir com orbs coloridas ou então com certos objetos com a palavra POW. Agora eu vou falar desses itens:
· Yellow Orb: Representa o tiro Thunder Cracker. Esse tiro é o que o
jogador começa por padrão no game. Atira espalhadamente e pode atirar para trás
também. É uma ótima arma para situações mais caóticas, porém ela não é tão forte,
mas é bem útil. Seu tiro carregado são bolas de fogo bem grande que vai pros
dois lados.
· Green Orb: Representa o tiro Burning Wave. São 5 lasers verdes que
atravessam os inimigos, barreiras e paredes. Porém seus tiros são meio lentos,
não muito recomendado para partes caóticas, mas é uma arma bem forte. Seu tiro
carregado é um laser gigante que causa danos bem grandes continuadamente nos
inimigos e chefes.
· Red Orb: Representa o tiro Chase Cannon. São vários tiros
perseguidores, que pela obviedade, é muito mais do que útil acertar inimigos de
alcance bem periculoso, ou então, acertar inimigos sem se arriscar a se
aproximar dos inimigos para acertar algum ponto fraco. É a minha arma favorita
do game, por motivos mais que óbvios. Porém, ela não é tão forte, mas só de ter
tiros perseguidores já é uma vantagem gigantesca. Seu tiro carregado parece uma
cobrinha que persegue os alvos causando dano contínuo, e o dano causado é bem
alto.
· Blue Orb: Representa o tiro Satellite Bomb. Seus tiros são mísseis que
quando acertam algum inimigo ocasiona uma explosão que continua causando dano.
Seus tiros são lentos, porém é uma arma bem forte, mas pra situações bem
caóticas ela pode ser um calcanhar de Aquiles. Seu tiro carregado, são mísseis
que quando acertam os inimigos ocasiona uma explosão bem grande.
· Gray Orb: É o único orbe que não é tiro. Se o jogador pegar esse orbe,
se transforma de imediato no robô.
Uma das partes que lembra Thunder Force, onde a tela vai rapidamente e o jogador tem que ajustar a velocidade da nave.
A barra sendo carregada para disparar um tiro bem forte, inspirado em R-Type. Pelo menos aqui não é necessário segurar o botão de ataque.
Momento quase antes da nave se transformar em robô. Legal né?
GRÁFICOS
Esse chefão aí é grande, e olha o nível de detalhes que ele tem. Quem fez o design desse chefe deve ter suado a camisa hein, mas ficou muito bacana os sprites dele e as animações.
A última fase tem um ótimo efeito de parallax, inclusive causando uma sensação de corrida contra obstáculos. Só não é minha fase preferida no quesito visual pois vem uma logo abaixo.
Essa é minha fase preferida nos visuais. Me lembra um pouco o Brasil pela vegetação e pelo clima tropical. É bem colorida e muito bonita. Uma pena que a parte aquática é feinha.
ÁUDIO
As músicas
são excelentes, combinando perfeitamente com a atmosfera do game. Por ser um
jogo que roda em CD, as músicas foram feitas por instrumentos reais, o que
deixa as músicas ainda mais sensacionais. A OST do game é na base do Heavy
Metal, mais puxado para o Metal Sinfônico, então podem esperar boas doses de
riffs sensacionais e enérgicos e muito teclado ao fundo. As músicas foram
compostas por Nobuhiro Makino e tocadas pela banda H.E.L.P., banda essa que
Nobuhiro integrava, que aliás os integrantes da banda são: Nobuhiro Makino
(teclados), Jirö Takada (guitarra), Töru Tanaka (bateria), Ataru Kindaichi
(baixo) e Masaaki Mizuno (baixo). Sobre Nobuhiro, pesquisando bastante, eu
encontrei que ele participou de apenas 6 games, 7 com Bari-Arm:
· Magicoal (PC Engine CD-ROM)
· Jutei Senki (Super Nintendo)
· Bishöjo Senshi Sailor Moon Collection (PC Engine CD-ROM)
· Hyper Iria (Super Nintendo)
· Mahöjin GuruGuru 2 (Super Nintendo)
A música da primeira fase é tão Metal Progressivo, mas ela é uma música bem alegre, que até combina com o clima tropical da primeira fase. Curti mesmo isso!
A terceira fase Zeus Fleet, meus amigos, tem uma intro de guitarra maravilhosa! Posteriormente a música dá uma acelerada. Mas a intro de guitarra... Kiko Loureiro estaria babando se estivesse jogando.
A quarta fase Olympus, me lembra muito as músicas do Queensrÿche. Talvez seja o ritmo dela e a guitarra que lembra bastante a banda.
Pessoal! Não é fanboyismo meu para essa fase, mas a música da última fase também é sensacional e eu adoro demais ela, talvez seja a minha preferida de todo o game.
JOGABILIDADE
Esse talvez vai ser o quesito mais rápido de detalhar, pois é bem simples aqui. A jogabilidade, como um bom shmup que se preze, é ótima com controles muito bons e sólidos. O jogo utiliza todos os três botões do Mega Drive (controle de 3 botões): dois botões são para atirar e um botão é para alterar a velocidade da nave/robô, é possível configurar os botões nas opções. Os tiros são rapid faire, ou seja, basta o jogador segurar o botão de tiro que a nave/robô atira consecutivamente, por isso que a barra Charge vai enchendo automaticamente, ao contrário de R-Type onde o jogador tinha que segurar o botão de atirar para carregar a barra de Charge. O level design também é bom e em certas partes até criativo, como por exemplo, partes aonde a tela vai rolando de maneira bem rápida e a fase do lixão onde a primeira parte é espelhada a parte de cima. No geral é só isso mesmo, Bari-Arm assim como trocentos shmups tem uma jogabilidade bem simples e fácil de entender.
Duas coisas que fizeram muito bem nesse game, foi o tiro ser automático e a barra de Charge encher automaticamente, pois no R-Type o tiro é manual e o jogador tem que segurar o botão de tiro para encher a barra de Charge.
Só uma coisa: eu detesto jogos de navinha onde o tiro é manual, ou seja, onde o jogador tem que ficar apertando o botão para continuar atirando. Jogos com tiros automáticos são bem mais confortáveis. Que bom que esse game é assim.
Essa parte a rolagem da tela vai a milhão, variando muito bem o level design de um jogo de navinha, fora aquela adrenalina ao chegar nessa parte.
DIFICULDADE
Android Assault tem uma dificuldade bem balanceada. É isso mesmo! Um jogo de shmup que tem uma dificuldade bacana. Aliás, entendam o meu ponto de vista. Android Assault tem uma dificuldade mediana, para os padrões dos jogos de navinha. Sua dificuldade é bastante crescente, e mesmo nas partes bem caóticas, o jogo não frustra o jogador. Uma coisa que facilita um pouquinho, mas que pode ser de grande ajuda, é que quando morre, a arma em uso não volta a estaca zero de força, e sim o jogador perde um nível de força da arma, e caras, como isso é útil principalmente nas últimas fases. É claro! É sempre bom ponderar! Não é porque o jogo tem uma dificuldade média para os padrões do gênero que ele seja fácil, é um jogo difícil, certas partes o jogo vai deixar o jogador numa tremenda saia justa, seja com inimigos cercando ou com tiros vindo de todos os lados, sendo enlouquecedor tentar sair vivo dessas partes. Porém, se o jogador tiver dedicação o bastante nesse game, conseguirá decorar facilmente padrões de inimigos, e dos chefões, que aliás, os chefões não são lá tão difíceis, e com alguma arma certa para a batalha eles ficam até fáceis, com exceção do chefão final é lógico! Esse jogo certamente não entra na categoria de shmups difíceis ou enlouquecedores como R-Type, Hellfire, Gaiares, porém Android Assault é difícil, mas é um difícil bem justo e gostoso de tentar zerar.
Olha essa parte da sexta fase! Aqui o jogo coloca o jogador naquela parte chamada "saia justa". E que saia justa hein.
Vocês gostam de situações caóticas? Olha que delícia essa screenshot aí.
E esse macetinho no penúltimo chefe hein? Essa é a segunda forma dele. Tá aí uma dica de ouro que vale mais do que dinheiro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Android Assault: The Revenge of Bari-Arm é um jogo cremoso de maravilhoso. Com excelentes gráficos, excelentes músicas e ótimo trabalho de áudio, jogabilidade precisa e dificuldade boa e justa, Android Assault é um jogo que recomendo a todos jogarem e conhecerem o Sega CD, que é um acessório bastante injustiçado e pessimamente aproveitado pela Sega, porque entupir um acessório de FMVs de baixa categoria é de lascar. O jogo pode afugentar os jogos mais hardcores, pois seu desafio pode ser baixo, mas para os casuais, é uma excelente pedida para embarcar no gênero Shoot ‘em Up. Android Assault é formidável do início ao fim.
Esse inimigo (que parece um sub-chefe) é muito irritante, principalmente quando ele abre esses compartimentos dele, dando pouca brecha para escapar.
E esse efeito gráfico quando o chefe vira na segunda forma? Legal né? Só é uma pena a batalha tirar todo o brilhantismo disso.
O tiro teleguiado da arma vermelha acho a melhor do game. Ela é muito poderosa e devastadora para os inimigos, mas o tempo que ela leva para terminar o ataque é demorado, e isso dá brecha para os inimigos acertarem o jogador. Usem com cuidado.
Salve, Weslley!
ResponderExcluirQue jogão, hein!? É um dos meus shoot'em ups preferidos e, do gênero, é o que eu mais gosto no SEGA CD.
Não gosto de bullet hell, portanto, o ritmo cadenciado e a dificuldade moderada de Android Assault me apetecem.
O visuais, a ambientação e a trilha sonora são espetaculares. As cut scenes com estética de anime sci-fi dos anos 80 ficaram maravilhosas também. Apesar de um pormenor aqui e outro ali, não tenho reclamações a respeito da apresentação geral do jogo, tudo muito bem polido.
Minha única queixa é a forma mecha da nave ser tão inútil. Poderiam ter elaborado alguma função extra a ela. De resto, ótimo jogo! Está entre os meus preferidos do gênero.
Mais uma ótima matéria, Weslley! Gostei das informações sobre o compositor do game. Vou até ouvir as demais OSTs que ele compôs.
Valeu!
Eae Cannibale! Esse também virou um dos meus Shoot 'em Up favorito de todos. Não gosto de shmups Bullet Hell, ah não ser se eu for jogar isso no MAME com 500 fichas. O jogo todo é muito bem feito, apesar de pequenas reclamações. Bem que poderiam deixar o Mecha pelo menos algo próximo de útil né. E que pena que ele é exclusivo do Sega CD, por um lado é bom pois incentiva a explorar melhor a biblioteca do acessório, mas por outro lado deixa o jogo bem obscuro.
ExcluirValeu por prestigiar o Blog Cannibale \o/
Depois de tantos anos, enfim eu descobri que o game possui uma história...háháshuááá!! Valeu pela informação, Weslley kkk!
ResponderExcluirValeu também pela matéria, ficou muito rica e bem montada (eu curti bastante as informações adicionais sobre o Nobuhiro Makino)!
Sobre o game, é uma pena que ele seja tão obscuro em meio aos shmups, ainda mais se tratando de um jogaço desses! Quem sabe um dia a galera começa a falar mais dele, hein?! Vamos torcer!
Parabéns pela matéria e obrigado por citar o Papo de Ninja, Weslley. Fico muito feliz!
Um abraço!
Tá vendo Sergio, o jogo tinha enredo esse tempo todo e você jogando ele errado kkkkkkkkk. Tomara que esse game receba o valor que merece, mas sinceramente, se depender de uns retrogamers por aí, Android Assault continuará na obscuridade. Bem que esse game poderia ter recebido algum port, para o Saturn pelo menos.
ExcluirValeu por prestigiar o Blog Sergio \o/