Rolo To The Rescue
Mega Drive
Vectordean
Eletronic Arts
1992
Um super herói de quatro patas e uma tromba
Rolo To The Rescue é um game de Plataforma com grande ênfase a Puzzle side scrolling em 2D. Desenvolvido pela Vectordean e publicado pela Eletronic Arts (EA), foi lançado exclusivamente para o Mega Drive em 1992 nos EUA e Europa e 1993 no Japão. No Japão o game se chama: Zou! Zou! Zou! Rescue Daikusen.
A desenvolvedora Vectordean não foi muito relevante na indústria gamer, sua única grande marca foi ter feito a trilogia James Pond, o peixinho que virou até mascote da EA, e sim amiguinhos, é a mesma EA de Road Rash, FIFA e Battlefield, mas que também teve a coragem de publicar porcarias tóxicas como Dark Castle e Sword of Sodan. Não é de hoje que a EA é uma porra né. Quem é fã de Rolo To The Rescue, agradeçam ao meu amigo Eduardo Cosmão do blog Shugames, pois foi lá aonde vi esse game e me interessei a jogar, mas só fui zerar recentemente. E olha... Me surpreendi positivamente com esse jogo. Querem saber o por que o game me surpreendeu? Então, vem comigo seguistas!Já se nota a fofura na tela título. Apesar que eu não me surpreenderia se quem fosse jogar sem saber do que se trata, já desligar na hora o game.O JOGO
O game ao que parece não tem história, mas ele tem um simples objetivo. Fazer nosso amiguinho elefante Rolo resgatar os animais enjaulados. Isso já resume bem o enredo inexistente do game, porém o game tem dois finais: o bom e o ruim. Para fazer o final bom, é necessário completar todas as 60 fases. Isso mesmo! 60 fases! E claro... Tem que resgatar todos os animais em cada fase. Antes de mais nada, deixa eu tranquilizar vocês sobre as 60 fases: o game tem fases bem, bem curtas, claro que algumas fases tem uma certa longevidade mas não são lá muitas. O jeito de passar as fases é meio inusitado: é necessário coletar peças de quebra-cabeça. Como assim? Simples! Há dois jeitos de coletar as peças: resgatando todos os animais, onde o último salvo concede a peça, e o outro jeito é encontrando as peças que estão nas fases, a maioria das 60 fases possui uma segunda peça. Mas aí eu tenho certeza que vocês devem estar se perguntando: Mas para que coletar peças de quebra-cabeça? Muito simples, quando se começa o game o mapa é fechado, conforme vai coletando as peças, o mapa vai se abrindo e revelando mais fases, e até mesmo abrindo outros caminhos, caso coletem as segundas peças em fases que tenham. O game meio que pega inspiração em Super Mario Bros 3, mas Rolo é autossuficiente para ter seu charme e propósito único. O jogador pode até coletar somente as peças principais resgatando os amiguinhos nas fases e só liberando os principais caminhos, mas se quiserem o final verdadeiro, é necessário fazer os 100% que é liberando todas as fases e amiguinhos.
Há duas maneiras de se coletar os quebra-cabeças: resgatando todos os animais nas fases ou então coletar quebra-cabeças espalhados em certas fases (no caso esses quebra-cabeças abrem novas passagens no mapa).
No canto superior esquerdo há um contador de vidas, no canto inferior direito há o score do game, que é tão útil como geladeira para esquimó, ou seja, serve pra PORRA NENHUMA! Só lembrando que essas duas informações também aparecem no mapa. No meio da tela, aparece a quantidade restante de amiguinhos enjaulados, mas só aparece quando estiver poucos restantes. Apertando o botão Start, aparece uma tela meio esquisita: tem uma espécie de bússola, quatro espaços quadrados e um retângulo. É o seguinte: a bússola, ela é caso o jogador queira sair da fase, e ele pode sair de alguma fase a qualquer momento, porém se o jogador não coletou alguma peça ele não irá possuir a peça, porém caso o jogador tenha resgatado algum amiguinho e coletado a peça, mesmo saindo da fase o que o jogador coletou estará coletado, se me perguntarem sobre isso, é bem interessante e deixa o game mais dinâmico e podendo fazer o jogador poupar vidas; os espaços logo abaixo, o quadrado maior sempre terá o Rolo nele, e os outros quadrados são os animais que foram resgatados e estão seguindo o pequeno elefante, porém Rolo só pode ter três animais seguindo ele simultaneamente, o que representa os três quadrados, e o retângulo, é caso se o jogador quiser, os três animais eles podem se apoiar em Rolo, isso serve para alcançar algum item ou então não correr risco de abandonar algum amiguinho por acidente, pois se o jogador se distanciar do amiguinho ele irá abandonar Rolo e não tem como recuperar, só se voltar na fase, falando nisso, nos três quadrados é possível escolher qual animal o jogador queira controlar, isso mesmo, não é só nosso elefante simpático que o jogador controla, e sim mais 4 amiguinhos; basta o jogador ir em qualquer quadrado e escolher o amiguinho que queira controlar, e isso é algo bastante único para o jogo, pois o trabalho em equipe aqui é muito reforçado e inteligente, pois cada amiguinho tem alguma funcionalidade nas fases, e são eles os amiguinhos:
· Coelho Leitor:
sua função é saltar bem alto, achando itens que não estão visíveis que estão
bem no alto e prosseguir em plataformas muito altas. Quando fica parado começa
a ler um livro.
Olha que fofura, além de ajudar nosso amigo Rolo,
ainda tem um tempinho para a literatura.
· Esquilo Mega Man X: sua função é escalar paredes, assim como nosso robozinho da Capcom faz.
Mas nosso esquilo veio antes. Porém, o esquilo fica grudado na parede. Se bem
que no Mega Man X5 e X6 as armaduras secundárias grudam na parede. Tirem suas
próprias conclusões...
O esquilo tem uma habilidade que é fundamental em várias partes do jogo, a de escalar paredes. Muitas vezes é necessário o esquilo para fazer as escaladas para pegar os quebra-cabeças ou pegar plataformas para Rolo prosseguir no game. Será se Keiji Inafune (criador do Mega Man) andava jogando Rolo To The Rescue? Mais uma teoria dos games.
· Castor de Bóia:
se movimenta nas fases com uma bóia, sua função é passar de partes nas fases
que tenham água, ele é o único que pode entrar na água.
Nosso roedor é o único que gosta de se molhar na água. Ele não é tão utilizável como os outros amiguinhos. Mas vale a curiosidade de um roedor ser o único a entrar na água. Não, não busque lógica de um game onde o herói é um elefante, não façam isso!
· Toupeira Mineradora: sua função é escavar paredes com uma pá para abrir passagens, ele usa
um capacete de minerador.
Há também
itens durante as fases, que são eles:
· Score: aumenta
a pontuação geral do game. Tem um monte de pontuação diferente nas fases, e
cada pontuação equivale ao aumento no score. É a coisa mais inútil do game.
· Vidas extras: representado
por uma carinha dourada de Rolo, elas estão ou visíveis nas fases ou bem
escondidas, elas estão também em fases bônus. Cada carinha dourada representa
uma vida.
Vidas é o que o jogador vai precisar para completar o jogo. Então esse item será essencial para prosseguir no game, pois o game não perdoa erros.
Antes de
terminar essa extensa parte do jogo em si, preciso falar de mais algumas
coisas. Como a maneira de resgatar os animais enjaulados, para isso é
necessário uma chave, e para conseguir essa chave é necessário derrotar um
inimigo bem específico, que é um cara com uma cartola. Ele aparece em todas as
fases normais do game, excluindo claro as fases bônus e as lutas contra os
chefões. E a última coisa para eu falar, é que nas fases há uma placa que tem a
bússola no menu quando se aperta Start, essa placa é o fim da fase, porém ela é
meio troncha, porque em certas fases ela não fica exatamente no final, fazendo
uma certa trollagem com o jogador em não explorar por completo alguma fase, essa
placa só é ativada se resgatar todos os animais na fase, só tem uma diferença:
o único que pode tocar nessa placa é Rolo, os outros animais não podem, e isso
meio que alivia um pouquinho a trollagem do game, e há fases onde o jogador não
pode tocar nessa placa se quiser achar a segunda peça do quebra-cabeça. UFA! Acho
que isso eu cubro o game em si, Rolo pode parecer um game sem conteúdo mas ele
é bem único e com conteúdo até que grande para a temática dele.
GRÁFICOS
O game
graficamente é bem bonito até, me surpreendeu bastante ser bastante colorido,
com cores bem vivas e variadas, coisa que o Mega pecava bastante na paleta de
cores, os cenários e backgrounds também chamam bastante atenção pois são bem
feitos e com até parallax em umas certas fases. Mas há alguns pormenores, como
todo mundo no game não tem tantos frames de animação e a água poderia ter sido
melhor feita. Mas isso são só alguns pormenores, só os sprites até que grandes
mas na medida certa e o jogo ser muito fluído já apagam esses pormenores. De
alguma forma, o game transmite charme, talvez seja sua temática infantil, e
nisso a Vectordean foi muito bem. Claro! O game não é nada revolucionário! Não
é o game que vai deixar todo mundo babando pelos gráficos, mas para a proposta
do game, os gráficos são muito bons.
As fases do deserto eu particularmente acho as mais bonitas do jogo, pelo conjunto da obra. Background lindo junto com parallax, bem colorido. Apesar de começar aqui a frustração, as fases do deserto são lindas!
ÁUDIO
Na parte
sonora o jogo é até agradável, e cumpre a proposta de ser um jogo infantil. As
músicas são até bem feitas e bem divertidas, pode até soar festiva demais para
algumas pessoas, mas elas são boas, como eu disse, cumpre a proposta de serem
músicas infantis. Mas infelizmente elas não são tão variadas assim, podem
chegar a ser repetitivas e enjoativas, mas isso não me incomodou. Os efeitos
sonoros não são vários, mas fazem bem o básico. O que pode incomodar é que são
altos demais, o que pode causar incômodo nos jogadores, em mim, em várias vezes
confesso que me deu vontade de tirar o fone pra dar um descanso nos meus
tímpanos. A parte sonora faz o básico para um jogo infantil, mas infelizmente deixa
a desejar em algumas partes.
JOGABILIDADE
Os controles
apesar de serem simples e até fluídos, são um pouco estranhos. Botão A faz o
elefante correr, botão C faz Rolo sugar inimigos ou objetos quando se pega o
item do aspirador e o botão B pula. B que
pula??? Normalmente em jogos de Plataforma pro Mega Drive, o botão que pula
é o C, mas por alguma razão, acho que por excesso de uso de dorgas, o botão que
pula é o B. Já deve-se imaginar a delícia que é os controle desse game. Mas
felizmente, os controles são fáceis e precisos, mas nada confortáveis. O grande
porém é na hora da corrida, parece que Rolo consegue ficar ainda mais pesado do
que um elefante já é na hora de executar os pulos longos, é esquisito, parece
que nunca vai chegar em alguma plataforma longínqua, e não passa nenhuma
impressão de que o pulo é longo. Escrevendo assim fica difícil assemelhar, só
jogando mesmo para entenderem essa pequena frustração nos controles. E meus
amigos, principalmente nos chefões e nas fases mais adiantes, essa frustração
fica mais cavernosa ainda, pois vão ter fases e chefes que vão exigir esse pulo
mais longo, preparem um bom saco de paciência, pois apesar dos controles serem
simples e razoáveis, essa escolha no pulo e o pulo mais longo ser uma bosta,
vai ser frustrante a experiência com esse game.
Aqui eu tento pular nessa... mosca? E falho miseravelmente em acertar o bicho para eu pegar os itens.
DIFICULDADE
Não se
iludam com o visual bonitinho e infantil desse game, ele é difícil. O primeiro
mapa até pode enganar um pouquinho, mas é só avançar um pouco no game que já se
nota um aumento na dificuldade, e quanto mais se avança no game, mais difícil
fica. Mas sabe o que pode ser pior que o controle de pulo? O level design, que
em muitas fases é horrível, aonde se abusa de pulos de fé. ISSO MESMO! PULOS DE
FÉ! Quando alguma desenvolvedora apela pra pulos de fé, é onde o level design
falha miseravelmente, mas como se já não fosse o bastante, algumas peças de
quebra-cabeça fica em lugares muitas vezes arriscados onde pode
perder uma vida, ou então nem sequer conseguir achar. Eu sei que o foco do game
é exploração, mas em muitas fases a exploração vira frustração. Mas calma
amiguinhos, pode dificultar mais. Os chefes podem dar muita dor-de-cabeça, pois
até aprender o padrão de ataque e como dar dano neles, algumas ou várias vidas irão pro espaço;
PRINCIPALMENTE o último chefão que meus amiguinhos, preparem-se para chorar...
de raiva e ter aquelas vidas perdidas marotamente. Mas para não ser totalmente
injusto, nas fases onde é necessário a habilidade dos amiguinhos, o level
design é competente e os puzzles são até bem elaborados, mas até lá, com
tamanha frustração da dificuldade, é mais fácil xingar os amiguinhos do que
explorar as fases.
É isso mesmo! Do nada, o game virou um Ghostbusters no reino animal. Já falei para não caçar lógica nesse game.
Ver vacas voando e cagando do céu, é mais normal do que uma plataforma escorregadia feito gelo NO DESERTO! Já cansei de avisar para não procurar lógica nesse game. E se já não fosse o bastante tamanho absurdo, os desenvolvedores abusam dessas plataformas nas fases do Deserto.
Esse é o último chefão. E meus amiguinhos, os requisitos para derrotar esse chefe são: decoreba, paciência, várias vidas e 50 controles (caso quebre um). Ele é bem difícil, e vai pagar caro o jogador tentar derrotá-lo e zerar o game.
Se eu fosse resumir o game na sua dificuldade, essas três imagens resumem bem a frustração que é esse game.
CURIOSIDADES
O jogo
contém referências ao game James Pond, já que Rolo To The Rescue e James Pond
são da Vectordean. A primeira referência é a engine gráfica, já que Rolo To The
Rescue reaproveita a engine de James Pond 1 e 2, já que o peixinho veio antes
do nosso amigo elefante, em 90 e 91. A segunda referência é o cogumelo que
serve de teleporte para algumas subáreas nas fases, assim como é no primeiro
James Pond, mas felizmente aqui não é uma várzea que é em James Pond. E a
terceira referência, na verdade é um crossover, O próprio James Pond aparece em
uma das fases atirando vidas para Rolo, infelizmente ele só aparece uma vez,
mas foi muito bacana esse easter egg/crossover.
Referência 1: Engine gráfica
Rolo To The Rescue (Mega Drive).
Na imagem abaixo vão notar o quão é igual a arte infantilizada de Rolo e James Pond.
James Pond 2: Codename Robocod (Amiga).
Os dois jogos são da Vectordean, notem as semelhanças gráficas entre os dois. Mas felizmente os dois jogos se diferenciam bastante em suas temáticas.
Referência 2: Cogumelos teleportes
Rolo To The Recue pegou uma mecânica que era uma bagunça desgraçada do primeiro James Pond, os cogumelos que teleportam para outras áreas durante alguma fase. Mas é incrível como no jogo do elefantinho, essa mecânica é muito melhor feita.
Referência 3: O easter egg/crossover
Sim! James Pond faz uma ponta no jogo do Rolo. É uma participação que não agrega muito pro game, já que ele só distribui algumas vidas. Mas como já mencionei mais acima, ter muitas vidas é sempre bom, ainda mais nesse jogo que beira a frustração. Mas ainda sim, valeu esse pequeno crossover.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Rolo To The
Rescue é muito bom. Tem suas falhas, pode ficar frustrante, mas cumpre muito
bem sua proposta de ser um jogo infantil, mas que tem um JOGO no meio. E aliás,
é um game que não joga na sua cara alguma lição de vida ou moral, ela fica mais
ou menos explícita mas na medida certa, de como o ser humano pode maltratar
animais, principalmente os donos de circo, e o jogo é justamente isso, salvar
os animais das garras desses infelizes e descer a bundada e patada neles
mandando-os para a PQP! Com gráficos muito bonitos, músicas que cumprem sua
proposta de ser um jogo infantilizado, controles que apesar de serem
desajeitados são simples e fluídos, mas com uma dificuldade de pode chegar a
beirar a frustração, Rolo To The Rescue é um jogo que vale muito a pena ser
zerado e ser explorado 100%.
Um jogo educativo mas que não cai na desgraça de muitas aberrações dos 8 e 16 bits. Onde o game mostra como o ser humano pode ser cruel com a natureza e com os animais, mas que é um jogo muito bom.
Excelente análise, Weslley!
ResponderExcluirE você me convenceu de que esse jogo merece uma chance, jogarei!
Gosto quando o jogo oferece uma variedade de personagens com habilidades diferentes, tal qual Shinobi no Game Gear ou The Jetsons no Game Boy. Quando exploram bem a ideia, a experiência de jogo enriquece bastante.
No mais, o game parece ter certo carisma e até personalidade.
Continue com o bom trabalho, Weslley!
O game pode oferecer uma variedade na gameplay, mas se bem que ela não é explorada na sua totalidade. Depois vou dar uma olhada nesse jogo do Jetsons do Game Boy. O game cumpre bem o fato de ser infantil, se bem que na dificuldade...
ExcluirValeu por prestigiar o Blog Cannibale.